26/05/2020
Em março, início do isolamento social no Paraná, os únicos setores do varejo que tiveram crescimento nas vendas foram farmácias, supermercados e, em menor proporção, combustíveis. Os demais, como era esperado, tiveram perdas no faturamento. De acordo com dados da Pesquisa Conjuntural da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR), a atividade comercial paranaense teve redução média de 9,01% no primeiro mês da pandemia.
Os registros dos primeiros casos de Covid-19 no Paraná provocaram uma corrida às farmácias e supermercados, que tiveram aumento de 21,46% e 16,33%, respectivamente, na comparação com o mês de fevereiro. Garantir o tanque cheio foi outra preocupação dos paranaenses, que levou a uma elevação de 2,47% no movimento dos postos de combustíveis.
Os setores que apresentaram as maiores perdas em março em relação a fevereiro foram os que comercializam bens considerados não essenciais, tais como vestuário (-43,20%), calçados (-38,92%), livrarias e papelarias (-34,70%), lojas de departamentos (-33,91%) e concessionárias de veículos (-33,15%). Isso demonstra que o reflexo inicial dos paranaenses diante da pandemia foi cortar despesas desnecessárias. O fechamento obrigatório de muitas lojas também limitou os negócios, uma vez que nem todas as empresas comercializavam seus produtos por plataformas digitais e muitas tiveram que se adaptar e migrar para novos canais de vendas
Da mesma forma, na comparação com março do ano passado, apenas os supermercados (12,04%) e as farmácias (9,71%) apresentaram crescimento e a média geral das perdas no comércio do Estado ficou em 11,27%.
No acumulado de janeiro a março o varejo estadual teve queda de 3,07%, sendo que os únicos setores que não amargaram prejuízos foram farmácias (6,86%), supermercados (6,60%) e combustíveis (2,45%).
Análise regional
Dentre as seis regiões pesquisadas pela Fecomércio PR, somente o varejo de Ponta Grossa teve crescimento de 1,82% nas vendas em março na comparação com fevereiro. Em sentido oposto, a região Oeste foi a que mais sofreu no início da pandemia, com retração de 24,87% no faturamento do comércio. Em Maringá as perdas foram de 12,20%; no Sudoeste de 9,64%; em Londrina, o varejo pereceu 8,77%, e em Curitiba e Região Metropolitana a redução foi de 3,41%.
Na comparação com março do ano passado, em todas as regiões os resultados foram negativos. Novamente a região Oeste teve a maior baixa nas vendas, com -24,54%, seguida por Maringá (-21,01%), Sudoeste (-16,55%), Londrina (-11,63%), Ponta Grossa (-7,58%) e Curitiba e RM (-4,80%).
Já no acumulado do ano (janeiro a março), apenas Curitiba e Região Metropolitana manteve o volume de vendas positivo, com pequena alta de 0,59%, ainda como consequência do bom desempenho que vinha apresentando até então. Nas demais regiões, os comerciantes tiveram perdas: Ponta Grossa (-4,32%), Londrina (-4,82%), Sudoeste (-5,86%), Região Oeste (-7,43%) e Maringá (-10,19%).
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