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O Paraná contra o mosquito da dengue

Sesc PR mobiliza população paranaense em uma força tarefa contra o mosquito Aedes aegypt

25/03/2021

Texto: Silvia Bocchese de Lima

 

Um pouco menor do que os mosquitos comuns, de coloração
preta e listras brancas no tronco, nas patas e na cabeça.
O mosquito fêmea do Aedes aegypti,
durante o ciclo de vida médio de
30 dias, é capaz de colocar 500
ovos que podem resistir e sobreviver em um ambiente seco por até
um ano. Para eclodirem bastam
apenas trinta minutos em contato
com água limpa. Além da dengue,
o mosquito é responsável pela
transmissão da Febre Amarela, Febre Chikungunya e da Zika.

A guerra contra o mosquito Aedes
aegypti é tão antiga quanto a sua
existência, descrita pela primeira
vez em 1762. Segundo o Instituto
Oswaldo Cruz, os primeiros relatos de dengue no Brasil foram registrados em Curitiba, no fim do
século XIX.

PRIMEIRA GUERRA

Em 1942 foi lançada em todo
o país uma campanha para erradicar o Aedes aegypti. No dia 7 de abril de 1956 uma guerra foi
declarada pela Organização Mundial da Saúde. Na data em que se
comemorava o Dia Mundial da
Saúde, a organização lançou a
campanha “Guerra aos Insetos
Transmissores de Doenças”.
A campanha e a batalha
resultaram em
uma série
de medidas para
o controle
da febre amarela e de outras
doenças. O jornal
Correio da Manhã,
de 8 de abril de 1956,
traz a informação de que a campanha iniciada em 1942 fez com
que o objetivo de acabar com o
mosquito fosse alcançado. “Êsse
imenso trabalho foi realizado, não
apenas nas cidades e em algumas
áreas rurais, porém, na totalidade
dos municípios, inspecionando-se
todos os núcleos residenciais, urbanos e rurais. O município passou a ser a unidade de referência
para a aplicação intensiva das medidas anti-aegypti”.

Há 63 anos, em
1958, a OMS declarou
a erradicação do Aedes aegypti
no Brasil, mas o relaxamento
das medidas de controle fez com
que o vetor fosse reintroduzido no
país, em 1967. De 1973 a 1976 o
país venceu novamente a batalha
contra o mosquito e o erradicou.
As falhas na vigilância sanitária e a
crescente urbanização resultaram,
segundo o Ministério da Saúde,
em 1986, em epidemias de dengue no Rio de Janeiro e em algumas cidades do nordeste brasileiro. De lá para cá, a doença vem
ocorrendo de maneira crescente e
continuada em todo o país.

O PARANÁ NA GUERRA

Bem diferente dos dados obtidos no Boletim Epidemiológico
2016/2017, emitido pela Secretaria
de Estado da Saúde – quando foram registrados 870 casos de dengue em todo o Paraná e nenhum
óbito –, o Ciclo 2019/2020 fez
do Paraná o estado com a maior
incidência de dengue no país. A
doença foi confirmada em 350
municípios, 227.724 pessoas foram
contaminadas e 177 morreram.

SISTEMA COMÉRCIO NO COMBATE

Para frear os casos da doença no
Paraná, que já registra 3.129 contaminados e seis óbitos no Ciclo
2020/2021, o Sistema Fecomércio
Sesc Senac PR entrou na guerra
contra o mosquito da dengue e
desenvolveu uma série de ações
para conter o desenvolvimento
da doença e conclama a população para aderir à campanha Aqui
o Mosquito Não Entra, realizada
pela Fecomércio PR, Sesc PR, Senac PR, Sindicatos Empresariais
do Comércio e Câmara da Mulher Empreendedora e Gestora de
Negócios. “Todos os anos o Paraná precisa enfrentar com muito
discernimento os perigos que a
epidemia de dengue impõe. Ela
pode acometer qualquer pessoa,
em qualquer lugar, sem preferência de gênero, raça, classe social ou
econômica. O Sistema Fecomércio
Sesc Senac PR, sempre comprometido com a saúde dos trabalhadores do comércio e da população paranaense, promove todos os anos campanhas de conscientização
ao combate à dengue. Em 2021,
o combate continua”, destaca o
presidente do Sistema Fecomércio
Sesc Senac PR e vice-governador
do estado, Darci Piana.

APLICATIVO E COMPETIÇÃO

Uma das estratégias da campanha
é o módulo Contra a Dengue que
está hospedado no aplicativo Sesc
Paraná. Será uma força tarefa em
todo o estado para eliminar os
criadouros do mosquito e registrar
em fotos o antes e o depois.

Para ter acesso à campanha digital
de combate à dengue é necessário
fazer o download do aplicativo Sesc
Paraná nas lojas Google Play ou
App Store. Depois de abrir o aplicativo Sesc Paraná basta clicar no
ícone do canto superior esquerdo,
fazer a inscrição do usuário e registrar a participação.
No ambiente do participante ficarão
disponível funcionalidades como
número de focos do mosquito já
eliminados, galeria de fotos com registros de criadouros eliminados e a
performance obtida, com pontuação.

A cada eliminação o usuário ganha
um ponto e há uma classificação a
ser conquistada. Com cinco pontos
obtidos, o participante se torna um
aprendiz; com dez, agente; com 20,
detetive; com 40, inspetor e, ao atingir 70 pontos, comissário.

Durante a realização da campanha,
que será concluída em 10 de abril
de 2021, serão premiados os participantes e os 100 primeiros inscritos
que obtiverem dez pontos receberão
um kit surpresa do Sesc PR.

Aplicativo da Campanha Aqui o Mosquito não Entra. Crédito imagem: Bruno Tadashi

 

No Sesc PR, o estado está dividido em 24 áreas de atuação e em
cada área serão premiados com
troféus os municípios e, com
medalhas, as pessoas que melhor
pontuarem. “Entendemos a necessidade de combatermos o mosquito, uma vez que mais de 80%
dos criadouros se encontram em
nossas próprias casas. Ao fim da
campanha divulgaremos o grande campeão na caça ao mosquito
e também o município e o participante com o maior número
de focos eliminados. Queremos
mostrar quem são as pessoas que,
no dia a dia, se preocupam em
combater o Aedes aegypti”, ressalta o diretor regional do Sesc PR,
Emerson Sextos.

AÇÃO COMPLEMENTAR

Além do módulo no aplicativo,
ações serão potencializadas nas
unidades do Sesc espalhadas pelo
estado, com a promoção de blitz
nas entradas das unidades, visando
à divulgação e adesão à campanha,
engajamento dos poderes públicos
municipais e efetivação de parcerias. O Paraná entra na guerra contra o mosquito Aedes aegyti.

 

ÍNDICE DE INFESTAÇÃO PREDIAL

Segundo o Informe Entomológico
de 2021, de 1º a 29 de janeiro, os
principais depósitos de criadouros
do mosquito estão nas residências.
Confira os percentuais:

  • 0,8% – Depósito de água elevado, ligado à rede pública e/ou sistema de captação
    mecânica.
  •  12,6% – Depósitos ao nível
    do solo para armazenamento
    doméstico.
  • 26% – Vasos, fracos com água,
    pratos, pingadeiras, recipientes de degelo em geladeiras,
    bebedouros em geral, pequenas
    fontes ornamentais, matérias
    em depósito de construção,
    objetos religiosos/rituais.
  • 5,4% – Tanques em obras, borracharias e hortas, calhas, lajes,
    toldos em desníveis, ralos, sanitários em desuso, piscinas não
    tratadas, fontes ornamentais,
    floreiras/vasos em cemitérios,
    cacos de vidro em muros, outras
    obras arquitetônicas.
  • 6,8% – Pneus e outros materiais rodantes.
  • 37,4% – Lixo (recipientes plásticos, garrafas, latas); sucatas em
    pátios e ferrosvelhos e entulhos de construção.
  • 11% – Axilas de folhas (bromélias, etc.), buracos em árvores
    e em rochas, restos de animais
    (cascas, carapaças, etc.).

No site do Sesc PR o público
poderá ter acesso a mais informações
sobre a campanha.

 

Publicado por Isabela Mattiolli

25/03/2021 às 15:25

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