11/12/2020
Os dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgados hoje (10/12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que apontaram o sexto crescimento consecutivo das vendas no varejo, levaram a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) a revisar de +1,9% para +2,3% a previsão para a variação do volume de vendas no comércio varejista, em 2020. A perspectiva de maior crescimento da economia no próximo ano, em um ambiente de juros ainda baixos para o padrão histórico do País, leva a entidade a projetar avanço de 4,2% em 2021.
O volume de vendas no comércio varejista brasileiro avançou 0,9% no mês de outubro, de acordo com a PMC. No conceito ampliado, que considera os volumes de vendas no comércio automotivo e nas lojas de materiais de construção, o aumento foi mais expressivo (+2,1%) ante setembro.
“Acreditamos que o pior para o comércio já ficou para trás, e os dados do IBGE trazem motivos para mantermos o otimismo, mas o setor ainda terá muitos desafios pela frente. É importante lembrar que o varejo foi um dos segmentos da economia que mais sofreram com a pandemia. A recuperação agora vai depender, sobretudo, da disponibilidade de vacina para a população e de uma continuidade na expansão da demanda, com recuperação dos empregos”, avalia o presidente da CNC, José Roberto Tadros.
“Diversos fatores ajudam a explicar o comportamento positivo das vendas pelo sexto mês consecutivo. A menor adesão espontânea ao isolamento social levou a uma maior circulação de consumidores no comércio, nos últimos meses. O Índice de Isolamento Social (IIS), medido pela empresa de consultoria Inloco, segue tendência decrescente no Brasil desde o início de abril. Essa evolução foi reforçada a partir de junho com a flexibilização dos decretos regionais, que permitiram a retomada gradual de diversas atividades econômicas e, com isso, reduziram o percentual de isolamento da população de 63%, ao fim de março, para os atuais 36% no início de dezembro”, analisa o economista da CNC Fabio Bentes.
Ainda de acordo com Bentes, com a queda do consumo presencial, os varejistas passaram a intensificar ações de vendas via e-commerce. Segundo levantamento da Receita Federal do Brasil, o volume de vendas no comércio eletrônico tem evoluído de forma acelerada nos últimos meses. De março a setembro, o faturamento real do e-commerce avançou 45% em termos reais, quando comparado ao mesmo período do ano passado. A quantidade de pedidos no varejo eletrônico, por sua vez, mais que dobrou, no mesmo período (+110%).
Por fim, destaca Bentes, os programas adotados pelo governo, em especial o auxílio emergencial, tem ajudado na recomposição da massa de rendimentos, viabilizando a recuperação da capacidade de consumo da população, influenciada pelo ainda delicado quadro do mercado de trabalho.
Na comparação com o mesmo mês de 2019, houve crescimento pelo quinto mês consecutivo (+8,3%), registrando-se a maior taxa para meses de outubro desde 2012 (+9,2%) neste tipo de comparação.
“A tendência é que, nos últimos dois meses de 2020 e pelo menos no início de 2021, as taxas mensais de crescimento sejam menores do que aquelas registradas até agosto. Primeiramente, por conta da redução do valor do auxílio emergencial a partir de setembro e também pelas incertezas que rondam o setor diante do agravamento recente dos números da COVID-19”, observa Bentes.
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