O comércio varejista ampliado registrou redução no volume de vendas em fevereiro, tanto no Brasil quanto no Paraná, segundo dados divulgados pela Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com janeiro, a queda foi de 0,4% em âmbito nacional e de 0,3% no estado.

Apesar do desempenho negativo no varejo ampliado, que inclui os segmentos de veículos e materiais de construção, o varejo restrito apresentou crescimento de 0,5% no cenário nacional e de 0,2% no Paraná na comparação entre fevereiro e janeiro de 2025.

Segundo o economista e assessor econômico da Fecomércio PR, Lucas Dezordi, os dados indicam uma moderação no ritmo do varejo ampliado. “O comércio varejista ampliado, que inclui a venda de veículos e materiais de construção, está começando a sentir a política de juros elevados e a diminuição das linhas de crédito. Essa desaceleração ainda não chegou com tanta expressividade ao Paraná, mas representa um ponto de cautela”, explica.

Dezordi destaca que a elevação da taxa básica de juros para 14,25% em abril, determinada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, afeta diretamente a capacidade de consumo das famílias, especialmente no caso de bens de maior valor, cuja aquisição normalmente depende de financiamento. Essa combinação de juros elevados e crédito mais restrito tem efeito direto sobre setores que movimentam volumes mais expressivos no varejo ampliado, como o de veículos e o de materiais de construção, mais sensíveis às condições do crédito.

Variações positivas

Contudo, os números seguem positivos no acumulado do ano e nos últimos 12 meses. No primeiro bimestre de 2025, volume de vendas cresceu 2,3% no Brasil e 3,8% no Paraná. Já nos últimos 12 meses (de março de 2024 a fevereiro de 2025), o avanço foi de 2,9% nacionalmente e de 4,5% no estado.

Algumas atividades se destacaram positivamente em fevereiro no Paraná, em comparação ao mesmo mês do ano anterior. As vendas de móveis e eletrodomésticos aumentaram 17,9%, enquanto veículos e motocicletas apresentaram alta de 22,9%. Também houve crescimento nos segmentos de tecidos, vestuário e calçados (13,7%) e material de construção (11,6%).

“De modo geral, o comércio varejista ampliado no Paraná mantém trajetória de crescimento mais robusta do que a média nacional, com crescimento vigoroso de 4,5% nos últimos 12 meses. Entretanto, começa a sentir os efeitos das condições econômicas menos favoráveis, como o encarecimento do crédito e os juros elevados. A expectativa é de crescimento mais moderado nos próximos meses”, conclui o assessor econômico da Fecomércio PR.

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