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Senac e FAS formam novos calceteiros para Curitiba

Ao andar pelo calçadão da Rua XV, em Curitiba, e nos calçadões das principais cidades paranaenses é possível observar os desenhos compostos em pedras pretas e brancas, o famoso petit-pavé. Essa forma de calçamento tem inspiração no Império Romano e se popularizou na Europa com os portugueses, que também inspiraram as calçadas brasileiras. Ao contrário […]

16/12/2022

Trecho de calçada em petit-pavé construído pelos alunos durante o curso. Conforme as turmas forem acontecendo, o espaço do jardinete do complexo de atendimento a pessoas em situação de rua na Praça Solidariedade, no bairro Rebouças

Ao andar pelo calçadão da Rua XV, em Curitiba, e nos calçadões das principais cidades paranaenses é possível observar os desenhos compostos em pedras pretas e brancas, o famoso petit-pavé. Essa forma de calçamento tem inspiração no Império Romano e se popularizou na Europa com os portugueses, que também inspiraram as calçadas brasileiras. Ao contrário do que muita gente pensa, as icônicas ondas do mar no Calçadão de Copacabana não foram o primeiro calçamento a utilizar a técnica dos mosaicos de pedra. Tudo indica que a primeira calçada brasileira em petit-pavé circunda o Teatro Amazonas, em Manaus, feita em 1900, auge do ciclo da borracha que trazia também as tendências europeias para o Brasil. 

A construção desse tipo de pavimento requer muita técnica e quem a constrói é o calceteiro. Mestres calceteiros trabalham há quase cem anos colocando petit-pavé nas calçadas do Paraná. E novos profissionais neste ofício vem sendo formados pelo Senac Paraná, por meio de um convênio com a Fundação de Ação Social de Curitiba (FAS). Nesta quarta-feira (14/12) a primeira de dez turmas de Calcetaria – Petit-pavé, direcionadas a homens em situação de rua ou desempregados que são acolhidos pela FAS. O curso foi especialmente implantado para atender essa população. Esta foi a primeira vez que o programa Liceu de Ofícios, que há quase 30 anos oferta gratuitamente qualificação profissional para os curitibanos, desenvolve esse curso que ensina a arte milenar de se construir calçadas de pedras. 

As aulas aconteceram no Liceu de Ofícios da Construção, especialmente implantado para o curso, na Praça Solidariedade, Rebouças, onde a Prefeitura mantém um complexo de atendimento a pessoas em situação de rua. 

Afastado do trabalho de serviços gerais por causa de um acidente, Orley Dorigo, 58 anos, tem aproveitado para se qualificar. Enquanto recupera os movimentos do braço, esse foi o oitavo curso que fez esse ano. “Eu gostei muito desse curso. Foi um aperfeiçoamento, eu não tinha nem noção do que que era calcetaria, para mim era tudo na mesma coisa, e hoje eu já sei que tem uma diferença enorme entre calçada e petit-pavé”, relata.  

Com carga horária de 39 horas, o curso aborda desde o histórico do petit-pavé, a importância da profissão de calceteiro, criação dos desenhos, Materiais e ferramentas adequados para a execução do trabalho, nivelação do terreno, estuque, técnicas de colocação, caimento, porcentagem para escoamento de água, alinhamentos de desenhos e acabamento e caldeamento e limpeza. 

Os alunos foram orientados pelos instrutores do Senac Fabio Rodrigo Malikoski de Souza, que é arquiteto e tem doutorado em conservação e restauro, e Valmir Gomes, mestre calceteiro.  

“Um dos objetivos principais do curso é que eles dominassem a técnica, conhecessem o histórico, os principais materiais envolvidos e a tradição dessa técnica tão antiga que representa a identidade do povo curitibano e do povo brasileiro de um modo geral”, conta o instrutor Malikoski de Souza.  

A presidente da FAS, Maria Alice Erthal, se reuniu com o grupo, durante o encerramento do curso, e falou da necessidade dessa mão de obra no mercado de trabalho. “Esse curso sempre foi um sonho nosso, porque nós sabemos que em Curitiba precisamos desse dessa mão de obra e falta pessoal especializado. Então, graças a essa parceria que temos com o Senac muitas pessoas estão encontrando seu caminho no mercado de trabalho, nos vários cursos que temos feitos em conjunto”, reitera.  

O convênio do Senac Curitiba com a Fundação de Ação Social de Curitiba (FAS), por meio de atendimento corporativo, já capacitou XXX pessoas em 2022.  

Primeira turma de calceteiros formados pelo Senac e FAS

Texto: Karla Santin

Publicado por Estagiários Jornalismo

16/12/2022 às 09:43

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