NOTÍCIAS

CNC: varejo perdeu mais de 135 mil lojas no segundo trimestre

A crise provocada pelo novo coronavírus fez com que o varejo perdesse 135,2 mil lojas – com vínculos empregatícios – entre abril e junho deste ano, de acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens Serviços e Turismo (CNC).

26/08/2020

Fonte: CNC

A crise provocada pelo novo coronavírus fez com que o varejo perdesse 135,2 mil lojas – com vínculos
empregatícios – entre abril e junho
deste ano, de acordo com a Confederação Nacional do Comércio de
Bens Serviços e Turismo (CNC). O
saldo negativo no segundo trimestre
equivale a 10% do número de estabelecimentos comerciais verificado
antes da pandemia e supera a perda
anual registrada em 2016 (-105,3 mil).

O presidente da CNC, José Roberto
Tadros, lembra que a crise do setor
coincidiu com a edição de diversos
decretos estaduais e municipais que
restringiram total ou parcialmente a
circulação de consumidores em estabelecimentos comerciais. “As vendas
presenciais, historicamente a principal modalidade de consumo por parte da população, tiveram o volume
muito reduzido neste período”, afirma
Tadros, ressaltando que, “apesar do
grave quadro conjuntural no segundo trimestre, o ritmo de recuperação
das vendas no comércio tem surpreendido positivamente, impulsionado
por fatores como a intensificação de
ações de venda via e-commerce”. A
previsão da CNC é que o setor chegue ao fim de 2020 com menos 88,7
mil estabelecimentos, em comparação com o ano passado, totalizando
1,252 milhão de lojas em todo o País.

Embora nenhum ramo do varejo tenha registrado expansão do número de pontos de venda entre abril e
junho, os segmentos mais atingidos
pela crise se caracterizam pela predominância na comercialização de itens
considerados não essenciais, como:
lojas de utilidades domésticas (-35,3
mil estabelecimentos ou -12,9% do total de lojas antes da pandemia); vestuário, tecidos, calçados e acessórios
(-34,5 mil lojas ou -17,0%); e comércio
automotivo (-20,5 mil ou -9,9%). O varejo de produtos de informática e comunicação foi o segmento que apresentou as menores perdas absolutas
(-1,2 mil) e relativas (-3,6%) no número de estabelecimentos em operação.
Já na maior parte dos ramos do chamado varejo essencial, menos afetados diretamente pelo isolamento
social, as perdas de pontos de venda se deram de forma menos intensa do que a média do setor (-9,9%).

Foram os casos dos hiper, super e
minimercados (-4,9% ou -12,0 mil lojas) e das farmácias, perfumarias e
lojas de cosméticos (-4,3% ou -5,3
mil). Mesmo autorizado a funcionar
na maior parte do País, o segmento de combustíveis e lubrificantes
foi indiretamente prejudicado pela
queda na circulação de consumidores (-12,2% ou -5,4 mil pontos).

O economista da CNC responsável
pela análise, Fabio Bentes, indica que
a intensidade do fechamento de estabelecimentos tende a refletir os desempenhos dos segmentos do varejo
em termos de volumes de venda das
atividades: “Foram observadas perdas mais acentuadas nos ramos mais
prejudicados pelas restrições ao consumo presencial”. Ainda segundo ele,
embora dados recentes do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) mostrem que apenas uma em
cada quatro empresas comerciais tenha reduzido o quadro de funcionários em junho, o inédito fechamento
de estabelecimentos com vínculos
empregatícios no segundo trimestre reverberou no nível de ocupação
apresentado pelo setor. “De acordo
com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), no
segundo trimestre de 2020 foram
eliminados quase 500 mil empregos
formais”, diz Bentes.

São Paulo, Minas e Rio
perdem mais lojas
Regionalmente, todas as unidades
da Federação registraram redução
do número de pontos de venda, com
maior incidência em São Paulo (-40,4
mil), Minas Gerais (-16,1 mil), Rio de
Janeiro (-11,4 mil), Rio Grande do Sul
(-9,7 mil) e Paraná (9,5 mil). Contudo,
em termos relativos, as maiores quedas na quantidade de estabelecimentos foram observadas em Estados das
regiões Norte e Nordeste: Rio Grande
do Norte (-14,3%); Alagoas (-13,2%);
Roraima (-12,0%); e Rondônia (-11,8%).

Acesse AQUI a íntegra da análise da
Divisão Econômica da CNC.

Publicado por Silvia Bocchese de Lima

26/08/2020 às 13:25

©2024 • Fecomércio PR. Todos os direitos reservados

Este site utiliza cookies para aprimorar sua experiência na navegação, bem como auxiliar nossa capacidade de fornecer feedback, analisar o uso do nosso site e ajudar a fornecer informações promocionais sobre nossos serviços e produtos. Para mais informações, por favor visite nossa Política de Privacidade.