O varejo paranaense apresentou alta de 4,38%, em abril, em comparação ao mês anterior, conforme dados da Pesquisa Conjuntural da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR). No acumulado do ano, houve expansão de 3,41% na comercialização de mercadorias no Estado e crescimento de 0,13% em relação ao mesmo mês de 2013.

Com aumento de 22,30% sobre março, as vendas de veículos começaram a reagir em abril, devido à comercialização de caminhões. As concessionárias foram o ramo que apresentou maior crescimento estadual do mês. No entanto, nas regiões Oeste, Sudoeste, Londrina e Maringá figura como o polo de pior desempenho no quadrimestre.

Outros setores com maior faturamento em abril foram as lojas de vestuário e tecidos (13,51%), calçados (10,62%) e materiais de construção (10,40%). No acumulado do ano, os destaques foram os postos de combustíveis (12,99%), óticas, cine-foto-som (12,63%), móveis, decorações e utilidades domésticas (10,09%) e supermercados (6,06%).

O mês de abril constitui um período em que a economia começa a sinalizar as tendências para o restante do ano e é comum apresentar a inversão dos primeiros indicadores de aquecimento. Isso porque os três primeiros meses contêm sazonalidades que condicionam o varejo, tais como as liquidações de grandes redes após o Natal, gastos familiares típicos do período (IPTU, IPVA, seguros, despesas escolares), além dos custos com férias e carnaval. No entanto, verifica-se que o ano parece ainda não ter engrenado um processo de aquecimento.

Diversos indicadores de conjuntura econômica foram positivos e importantes para as vendas de abril, entre eles o emprego elevado, disponibilidade de financiamentos, em especial para a casa própria e eletrodomésticos. Gastos com obras do PAC ou relacionados à Copa do Mundo também contribuíram para o resultado do comércio.

Em contraposição, no acumulado do ano, o peso de fatores restritivos foi maior. As limitações dos bancos ao financiamento de veículos refletiram na queda de vendas das concessionárias; a falta de chuva influiu nos preços de hortifrutigranjeiros; a inflação do quadrimestre, de 2,86%, superou igual período de 2013; os juros do Banco Central  continuaram  em alta; ramos da indústria, como automóveis e linha branca, tiveram queda nas vendas; a balança comercial de janeiro a abril, tanto do Brasil quanto do Paraná, foi negativa mesmo com a queda do dólar a partir da segunda quinzena de março.

Dados regionais

As regiões Sudoeste e Londrina tiveram as melhores performances no mês de abril em comparação ao mês anterior, com acréscimo de 15,35% e 11,99%, respectivamente. Na sequência, figuram a região Oeste (5,65%), Ponta Grossa (4,49%), Curitiba e Região Metropolitana (2,18%) e Maringá (1,58%).

No acumulado do período, o ranking regional se altera e a capital mostra o maior crescimento nas vendas, com 7,23%. A região Oeste aparece em seguida, com alta de 4,15%. Os demais índices são negativos na comparação com o mesmo período de 2013: Sudoeste (-6,88%), Londrina (-4,57%), Ponta Grossa (-2,58%) e Maringá (-2,52%).

Metodologia

Foram implantadas mudanças na Pesquisa Conjuntural da Fecomércio PR a partir de abril de 2014. Houve a união dos ramos de cine-foto-som e óticas e também entre os ramos de vestuário e tecidos. Foz do Iguaçu passou a integrar a região Oeste, composta também por Cascavel, Toledo e Marechal Cândido Rondon.